domingo, 23 de maio de 2010

Perturbação e Obsessão

   Na experiência terrestre, surge sempre um instante em que indagamos de nós mesmos em que ponto nos achamos, quanto ao desajuste espiritual; e, se não estamos afundados em plena desarmonia, muitas vezes identificamo-nos em perturbação evidente. Isso porque, observado o princípio de que ninguém existe absolutamente impassível, temos a vida sentimental permanentemente ameaçada por desafios exteriores, em forma de episódios ou informes desagradáveis que se nos erigem por medida de equilíbrio e resistência, na luta moral que somos chamados a travar, na área de nossas atividades, em favor do próprio burilamanto.
        Se à frente desse ou daquele sucesso menos feliz, costumamos esquecer,sistematicamante, paciência e conformação, entendimento e serenidade, então é preciso estabelecer o intervalo para reflexão, nos mecanismos da mente, a fim de que venhamos a fazes em nós mesmos as retificações necessárias. Em tais lances do cotidiano, quase sempre somos impelidos a pensar em obsessão, supondo-nos vítimas de entidades vampirizantes. O problema, porém, não se limita à influenciação espiritual dos adversários que se nos encrava na onda psíquica, mas, principalmente, diz respeito à nós mesmos. Em muitas situações e circustâncias das existências passadas, caímos em fundos precipícios de ódio e vingança, desespero e criminalidade, operando em largas faixas de tempo contra nós próprios, comprometendo-nos o destino; daí nasce o imperativo das experiências regenerativas e amargas que se nos fazem indispensáveis, qual ocorre ao aluno que se atrasou na escola, necessitado de novo exame, nas provas da repetência.
        À  vista  de  semelhantes  considerações,   toda  vez  que  o  sentimento  se  nos desgoverne,  procuremos  assumir  com  segurança  o  leme  do  barco  de  nossos pensamentos, na maré de provações da existência, na paz da meditação e no silêncio da prece.
        Através do auto-controle, vigiaremos a porta de nossas manifestações, barrando gestos e palavras desaconselháveis, e, com o auxílio da oração, faremos luz para entender o que há conosco, de maneira a impedir a própria queda em alienação e tumulto.
        Atendamos constantemente a esse trabalho de auto-imunização mental, porque, junto ao imenso número de companheiros perturbados e obsidiados que enxameiam a Terra de hoje, em toda a parte, encontramos milhares de criaturas irmãs que estão quase às portas da obsessão.

 

Mensagem extraída do livro "Alma e Coração" 
Francisco Cândido Xavier - pelo espírito de Emmanuel

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