BIENTÔT, JE SERAI VIEILLE
Senhor, tu sabes melhor que eu
envelheço a cada dia:
Breve, serei velha...
Livra-me do hábito desastroso
de crer que tenho algo a dizer
a respeito de tudo
em todas as ocasiões
Livra-me do desejo
De arrumar a vida de todo mundo.
Torna-me ponderada e não rabugenta,
prestativa e não autoritária.
Por vezes parece-me lastimável
não utilizar minha imensa experiência:
mas tu sabes, Senhor,
que gostaria de conservar alguns amigos.
Impele-me de me perder
no recital de mil detalhes
e dá-me asas
para ir ao essencial.
Sela meus lábios às minhas penas e dores
mesmo que aumentem sem cessar
e que seja cada vez mais doce
com o passar do tempo, as enumerar.
Não ouso reclamar uma melhor memória
mas se ela se conflita com a dos outros,
ensina-me a lição maravilhosa
de aceitar que posso estar enganada
Não pretendo ser uma Santa:
os santos são por vezes tão difíceis de conviver!
Mas uma mulher velha e amarga
É obra do diabo.
Ajuda-me a usufruir da vida.
Há tantas coisas alegres e divertidas
onde menos se espera:
torna-me capaz de as ver,
assim como reconhecer os dons
onde não os pressentíamos
e dá-me a graça de o dizer... Amém
Cette preière est due à une religieuse
Française du XVII siècle: Sæur Véronique-Sophie
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